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terça-feira, 12 de junho de 2018

UM GRANDE DESTINO

O atual governo, entendido assim todo o arcabouço reitor de nossa vida pública, reveste-se de caráter visivelmente residual. É a parte final, o exaurimento por assim dizer, do populismo encabeçado pelo lulismo. Desmontado pela ação das instituições de Estado, o governo populista não foi propriamente substituído ou destruído, como o seria por uma ação revolucionária, senão que foi constitucionalmente sucedido. Ocorre que essa sucessão deu-se em seus estritos marcos. Daí a constrangedora sensação de dejà vu, de continuidade, de agravamento dos problemas, de estagnação, que a todos atinge, gerando uma nuvem de desânimo e de descrença.
A onda saneadora, contudo, não se deterá e é dela que devemos esperar os frutos. Nem mesmo as eleições que se avizinham, embora possam representar grande avanço, trarão os sonhados dias de uma pátria grande. Do aprofundamento da limpeza geral, do fim dos abomináveis privilégios de todo o gênero, do emprego correto dos impostos, da proscrição de todas as saídas ilusórias das utopias, é que se há de chegar a um grande destino.


sábado, 2 de junho de 2018

No blog


Finalmente aqui em silêncio e recolhimento caseiros. O teclado ao dispor e a solidão à volta. Alguém, não mais ao acaso, haverá de trazer calor de olhos e mente.
Ninguém que esteja em paz de espírito sai a gritar nas ruas seus pontos de vista. Tampouco haverá de submetê-los a quem vai passando e, sem a necessária reflexão, lança elogios ou pedradas. De quem escreve para quem lê há de haver um espaço. Uma interação que sem ser rigorosa ou severa será minimamente séria e refletida. Esquivemo-nos de uma guerra de slogans tão deletéria quão estéril. Um abraço.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

QUANDO O ESTADO não provê os meios indispensáveis para custodiar os apenados dentro dos padrões impostos pela civilização, consagrados nos tratados internacionais aos quais aderimos, perde o direito de punir. O código é claro: a pena mais severa aplicável a um homem é a perda da liberdade. Tortura, condições infra-humanas em prisões superlotadas, submissão a gangues que instrumentalizam presídios como aparelhos da selvageria criminosa, repugnam a consciência de quem tem olhos para ver. Que se dizer das vítimas abatidas nas ruas, mesmo quando entregam seus bens, seja um um celular ou um carro? É precisamente por elas que se pode avaliar a incúria de governos que se despegaram por completo do dever primário de proteger a população. Se nem prisões minimamente aceitáveis, base de qualquer pretensão punitiva, são construídas, imagine-se a precariedade do restante do organismo repressor, destinado a conter o crime. Desde que o pensamento de Cesare Beccaria se impôs ao mundo no século XVIII, nenhuma nação que se pretenda democrática submete seus apenados a situações que enfrentam os condenados brasileiros. Piores além, muito além, das que o mundo conheceu na noite medieval.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ELEIÇÕES GERAIS

NÃO SE REQUER mais do que um dedal de bom senso para perceber que o assunto eleições dois anos antes do pleito seria extemporâneo não fosse absurdo. Aventam-se pesquisas com metade de eleitores que se esquivam de opinar. Na outra metade põem-se em cotejo fantasmas contra mortos. Até um interdito pode perceber que Alckmin, Aécio, Serra são candidaturas que o descrédito tornou inexequíveis, ao menos nesta quadra da vida nacional. Lula, morto, tem, e possivelmente terá, diminuto mas granítico contingente de fanáticos que lhe garantem favoritismo em pleito imaginário e fora de propósito.
O país vai emergir do abismo em que o sumiu a delinquência bolivariana. Nomes que de alguma forma possam ser associados à volta dos empregos, a melhoras, ainda que pálidas, na saúde e na segurança, desde que totalmente livres de Lava Jato, roubarão a cena.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

POR SER VERDADE


Ex-marxista, renegado resoluto que sou, julgo-me insuspeito para declarar imprópria a imputação de comunistas, dirigida à súcia de bandoleiros que assaltou o erário público. Lula, Sarney, Jader Barbalho, Vaccari, José Dirceu, comunistas? É mais fácil encontrar traços da defunta doutrina no pensamento de Cristiano Ronaldo, Xuxa Meneguel ou Gisele Bündchen do que na confraria dos inquilinos e candidatos à Papuda.
Os regimes, levados à pratica, inspirados na doutrina de Marx, cometeram horrores que me dispenso de enumerar. Igualaram em perversidade os praticados por Hitler o que deixa entrever que para nada importa o viés à esquerda ou à direita. Ambos confundem-se na matriz hedionda que lhes é comum: destruir o ideal democrático penosamente conquistado ao longo da história.
Nosso continente, por boa parte do século passado, foi bordado de ditaduras de direita, que assassinaram, pilharam, prenderam e deportaram. Anastasio Somoza, Porfírio Dias, Augusto Pinochet, Rafael Trujillo, entre muitos outros; por vinte anos no Brasil, por mais de dez na Argentina, generais sucederam-se no poder sem a unção do voto.
Os irmãos Castro em Cuba, solitariamente,
exibem, ainda que falsa, uma desculpa ideológica. Como falsa era a doutrina conservadora dos ditadores de direita. Em Cuba todos os meios de produção foram expropriados. Para provar que nem o temor ao ridículo os detinha, os Castro estatizaram até carrocinhas de cachorro-quente. Suprimiram a Imprensa e erigiram o marxismo como seita de Estado.
Mas o que exibem os populistas da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, Brasil? Não exibem nada porque seus verdadeiros motivos são inconfessáveis.
Comunistas? Se alguém adepto dessa utopia os segue, o faz certamente porque ignora os fundamentos da seita que julga professar. Comunistas? A primeira providência que tomaram Lula e seu festeiro propagandista Duda Mendonça, na eleição de 2001 foi deixar claro para banqueiros, empreiteiros, barões do agronegócio e grão-duques da telefonia que o mundo era belo e inúteis as teorias. Fariam juntos a mais risonha confraria à custa do povão. E fizeram.
A nação despertou e vai pôr fim à farra. Estamos unidos e engana-se crassamente quem imagina que algo bolado por políticos possa impedir a queda desse governo; crasso engano comete por igual quem aposta na impunidade dos bandidos do petrolão; erro pior comete quem alimenta sonhos totalitários. O populismo fez estragos inestimáveis, mas não quebrou os fundamentos de nossa democracia.
As Forças Armadas acabam de dar cristalina demonstração de respeito à constituição ao retirar o mando de um general que se pronunciou sobre o momento político. Cidadãos desarmados têm a prerrogativa de opinar. Soldados detêm o monopólio da força destinada a garantir o direito da cidadania à manifestação do pensamento.
Quem levanta bandeiras pedindo a intervenção de militares no processo político causa grande dano à luta do povo. Fornece aos combalidos guerreiros do sanduíche de mortadela seu único argumento: tachar-nos de golpistas.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

VITÓRIA DE PIRRO OU TIRO PELA CULATRA.


Os estrategistas palacianos ou, quem sabe, o marqueteiro-mor lhes fazendo às vezes está, a cada dia, aprimorando a arte de atirar contra a própria retaguarda, dando tiros no pé, como se costuma dizer.
Entrincheirada no Planalto, a cúpula corrupta recebe fogo cerrado da opinião pública, imprensa inclusa, e da Operação Lava Jato. O congresso, terra de ninguém, foi escolhido pelos sitiados para simular normalidade. Aventam ali fantasias urdidas pelo banqueiro Levy e pelo cínico profissional Renan Calheiros com bizarros nomes-fantasia: Ajuste Fiscal e Agenda Brasil. Com o mínimo de argúcia perceberia qualquer um que este seria o pior momento para atrair o ódio do presidente da câmara Eduardo Cunha. Permitiram que recaísse sobre as costas da combalida presidente a pecha de ter urdido com o MP a trama que redundou em denúncia contra o parlamentar. É claro que isso não aconteceu, mas, a esta altura, um exército de desorientados ganhou as ruas levantando cartazes com o costumeiro “fora Cunha!”.
Falar em corda em casa de enforcado? Irreprimível a percepção de que o clamor pelo banimento deve atingir a quantos se envolvam com a corrupção e, na escala delinquencial, o papel da pupila de Lula ofusca de longe a do parlamentar presidente.
Eduardo permanecerá no cargo, para o que conta com sólida base de apoio. A importante posição que ocupa não sofre erosão do meio político. Não o afetam a inflação, queda do PIB, desemprego, descrença, rebaixamento de nota do Brasil. De sua privilegiada posição continuará a despejar petardos contra a cidadela. Festejam o quê os hierarcas dilmistas?