O atual governo, entendido assim todo o arcabouço
reitor de nossa vida pública, reveste-se de caráter visivelmente residual. É a
parte final, o exaurimento por assim dizer, do populismo encabeçado pelo
lulismo. Desmontado pela ação das instituições de Estado, o governo populista
não foi propriamente substituído ou destruído, como o seria por uma ação
revolucionária, senão que foi constitucionalmente sucedido. Ocorre que essa
sucessão deu-se em seus estritos marcos. Daí a constrangedora sensação de dejà
vu, de continuidade, de agravamento dos problemas, de estagnação, que a todos
atinge, gerando uma nuvem de desânimo e de descrença.
A onda saneadora, contudo, não se deterá e é dela
que devemos esperar os frutos. Nem mesmo as eleições que se avizinham, embora
possam representar grande avanço, trarão os sonhados dias de uma pátria grande.
Do aprofundamento da limpeza geral, do fim dos abomináveis privilégios de todo
o gênero, do emprego correto dos impostos, da proscrição de todas as saídas
ilusórias das utopias, é que se há de chegar a um grande destino.